"A tua vida é uma história triste.
A minha é igual à tua.
Presas as mãos e preso o coração,
enchemos de sombra a mesma rua.
A nossa casa é onde a neve aquece.
A nossa festa, onde o luar acaba.
Cada verso em nós próprios apodrece,
cada jardim nos fecha a sua entrada."
(tenho em mim estes versos há mais de 10 anos... é incrível como é que a memória nos rouba tanta informação e nos deixa ficar com estes pequenos nadas que podem fazer tanta diferença. Sim, sou especial por saber de cor pequenices do Eugénio de Andrade)
Era tanta a vontade e tanta a negação e a relutância de voltar.
Aquela sede sempre dormente, aquele vazio de não escrever, como se não pudesse mais sentir as palavras em mim, como um peso atado ao corpo.
Uma sede desértica, uma vontade e ânsia, ora viva, ora a desfalecer.
Voltei a casa. Depois do tempo perdido. Voltei