Véspera de Natal, momento de contemplação (talvez mais do que isso).
Não está escrito como deve ser, como devemos ser perante os outros, e perante aqueles que amamos mesmo. Essa é uma "descoberta" que fazemos a cada dia; mas não devemos mudar. Somos maleáveis, um molde em permanente transformação... seremos mesmo?
Eu queria ser aquela que consegue dizer o que vai cá dentro, queria ser aquela que diz e percebe o porquê do que está a dizer; queria saber o que me leva a fazê-lo, o que me leva a tentar e a prosseguir. Mas não consigo...Será medo?
Muitas das vezes encontro essas respostas sem ter sequer de pensar.
Quero e preciso de ouvir.
O que me move, a força que me impulsiona, a persistência que me mantém, não é só vontade de viver.
Seremos todos assim tão parecidos?
Sim, somos...
Porque será que lá no fundo, todos planeamos tão meticulosamente os nossos planos?
Mas por acaso alguém acha que conseguimos executá-los sem primeiro os partilhar?
Lamento, nunca conseguirei ser tão impermeável.
As emoções brotam-me à flor da pele de cada vez que faço uma incursão à tua retina e encontro um jetlag de distância.
Eu também choro no Natal, se tiver de chorar. E se tiver de o fazer ao lado de alguém, por mais que o evite, fá-lo-ei. E se tiver de chorar contigo, não posso ter medo.
Talvez precise mesmo de alimentar a fé de infância.
Talvez precise de brincar uma tarde inteira com as bonecas, ver dvd's do rei leão e do natal com Mickey, talvez precise de me afogar em gargalhadas. Venha uma boa dose de domingo ingénuo.
Preciso daquilo que nunca cheguei mesmo a ter - este sim, é o meu desejo de Natal. O verdadeiro, o honesto.
Esta sim, é a confissão... ou não